domingo, 26 de dezembro de 2010

Retrospectiva*

Enfim uma croniqueta, coisa que há muito desejo e nunca faço. Vai chegando o fim do ano, e uma necessidade de retrospectiva se torna tão atraente..., quase um dever. 

Durante algum tempo pensei qual seria o "evento" que marcaria 2010: nem Copa, nem pré-sal, nem Dilma; este, para mim, foi o "ano da Classe C". Ficava impressionado quando via no noticiário matérias sobre acesso à renda, poder de compra, bons índices econômicos. Esse parece ter sido o movimento que explicou o Brasil em 2010. Até que um dia o exército subiu os morros do Rio de Janeiro - e bum!, lá se foi a assegurada posição de destaque que a minha proeminente Classe C alcançou. Foi como se uma coisa enfim estivesse acontecendo, uma coisa que marcaria a história do Brasil - caso meu ensino médio tenha sobrevivido até então. Ainda mais depois de assistir Tropa de Elite II - o que ajudou a criar aquela sensação de "estamos vivendo a ficção ou a realidade?".

O movimento da super-estrutura econômica globalizada que torna o país a bola da vez também trouxe muitas "estrelas" para cá: não fui em Metallica, nem Rage Against, nem Paul McCartney, nem Incubus de novo e otras cositas más. Paciência. A vida burcorática tem seus caprichos e nem sempre é possível haver sobremesa, mas nem por isso os enxeridos se divertem menos, não é mesmo? O que precisa haver é rok'n'roll - e banda larga para baixá-lo.

Agora é natal, tempo de boas compras, e eu continuo sem saber se o Haiti é ali ou é aqui. Há terremotos e mais terremotos no mundo. 2012 está logo ali. Enquanto isso, vejamos o que a fortuna nos reserva para 2011. Se o capitalismo permitir, o Brasil há de se tornar o país do futuro e a classe C há de tomar o poder. Se em 2011 nevar, quem sabe eu não vivo pra ver a revolução da educação brasileira? Mas deus, ao futuro pertence. As férias me dizem estão para chegar e o ano ainda não acabou. Que venha o outro, e a gente vê o que dele pode ser feito. 2010, valeu, mas pode trazer a conta. Se em seguida puder haver praia, eu agradeço.


Um comentário:

  1. Não que eu espere, nem vou apostar nisso, mas o tom de conversa desse texto pede por interlocução, e como acabo de comentar o "Incursão*", achei que mal não faria ser o primeiro a pedir um copo pra sentar com essas palavrinhas – com as quais vou interagir em [quase] silêncio.
    Gostei de "banda larga" depois de "rock'n'roll". Interessante a palavra banda ter ficado no final da linha, agravando o sustinho. A forma é algo que de fato existe – não que duvidássemos disso antes.
    E pra terminar - sem quase ter começado –, a última frase do "Incursão*": "A vida continuaria."

    E há-de: só os terremotos, os meteoros – e quiçá alguma bomba – podem eventualmente alterar o eixo dessa bolinha de gude.

    Em tempo: hoje, resolvi testar o aparelho de som da minha infância, e enfiei uma fita k7 nele pra ver no que dava. Era uma aula do João! Quase chorei... "Vocês se lembram... hein gente?"

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