domingo, 12 de abril de 2015

Os Girassóis*

Vejo o mundo
Em tons de azul e amarelo
Vejo na tristeza
A província do belo

Solitário, como num quadro
Em que alguns veem beleza

Negam meu amor
Partilham do meu carinho
Dos meus lugares, meus caminhos

Por onde vão ficar, fatalmente
Vultos, iluminados
Pelo amarelo de um final de tarde
Ou pelo azul de um mergulho no mar

Não vejo o mundo
Vejo um quadro solitário
Pendurado na parede da sala

Vejo a minha vida
Pendurada no tempo
Nas paredes de casa

E a tristeza de não ser
O amor que ilumina alguém

Sou amarelo e azul
Luz fraca, flores e melancolia

Sou um quadro, resquícios de Van Gogh
Sou as cores que talvez nunca serão 
De nenhuma vida, nada e ninguém.