terça-feira, 7 de novembro de 2017

Objetos*

Todos os objetos têm uma história.
Nem todos chegam a marcar nossa vida,
outros a marcam para sempre.
Como nos lembramos de um objeto?
Quais objetos são realmente importantes
e quais nos farão companhia
por muito ou pouco tempo?
O que determina o valor de um objeto?
Que falta pode fazer aquilo
que temos certeza que vamos perder?

Todo objeto tem uma história.
Dependendo do ponto de vista,
um nascimento e uma morte.
Um começo e um fim.
Vemos um objeto diariamente,
ignoramos sua vida porque
desconhecemos sua trajetória no tempo.
Esquecemos.
O objeto se torna invisível
depois de estar sempre ali.
Não importa que um dia tenha sido objeto,
mesmo que não exista outro em seu lugar.

Nenhum objeto tem história.
Toda história é inventada
e a memória não perdoa nenhum objeto.
Todos eles se desfazem no ar.
Até que um dia retornem como outro objeto,
distorcido, desfigurado.
O que tanto faz,
pois são só objetos, sem história.

.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Recorte*

(Lyrics)

Você já me conheceu assim
Você só me conheceu assim
Você não quer que eu te mostre o fim
Você me pede para se casar

Quando nasci eu não era assim
Quando morri eu fiquei assim
Mas ao te ver eu só quis amar
Mas ao te ter eu levei ao fim

Não adianta
Se você não pode ver
Eu não sou só
O que você pode ver

Eu já não sou
O que eu queria ser
Hoje eu sou só
O que eu posso ser

Você já me conheceu assim
Você só me conheceu assim
Você não quer que eu te mostre o fim
Você me pede para se casar

Quando nasci eu não era assim
Quando morri eu fiquei assim
Mas ao te ver eu só quis amar
Mas ao te ter eu levei ao fim

Não adianta
Se você não ver
Eu não sou só
O que você pode ver

Eu já não sou
O que eu queria ser
Hoje eu sou só

O que eu posso ser

Ver*

Eu já teria tanto a dizer
E tão pouco
Perto do que eu poderia
Do tanto que vejo
E ainda mais imagino
Do que não posso dizer
Mas tanto imagino
Além do que tanto vejo
Além do que tanto tens
E que já me faz doer
Mas só de imaginar
Me esforço em não crer
No que apenas imagino
Mas isso não importa
Pois o que eu preciso é ver
O que sinto e vejo
O que não há de vir, deixa ser
Não, não vou deixar
E minto em apenas ver
O que tanto imagino
E desejo um dia
Sem nunca vir, sem nunca ser.

sábado, 21 de novembro de 2015

Ode ao Tempo*

Minha vida
É tão somente
Uma ode ao Tempo
Na qual me encanto
Por este momento
Ao imaginar o silêncio
E escuridão do universo
A presenciar, tão paciente
O nascimento de estrelas,
Planetas, pessoas e religiões
A observar a nossa história
Tão intensa e indiferente
Nosso amor, tão presente
A se perder, de volta no Tempo
Tornar-se poeira, estrela, planeta
Vida imensa, escuridão
Depois beijo, infinito espaço
Nenhuma memória, solidão.

Minha vida
É tão somente
Uma ode ao Tempo
Na qual me encanto
Por este momento
Ao imaginar seu beijo
Seu abraço, infinito espaço
A se perder, de volta no Tempo
E o meu amor, indiferente
A se tornar poeira, estrela, escuridão
Um triste planeta, perdido
Em sua história, em sua vida
Meu carinho, minha saudade
De ser apenas Tempo
Ser apenas beijo, silêncio
Em um universo tão paciente
E indiferente, talvez me tornar
Alguma memória, gratidão.

sábado, 16 de maio de 2015

Inside Out*

You’re trying to live you own life
A life of your own
While everybody is outside
Living a life of their own
You’re living your inside
So scared it’s outside

You just want to live
To see another daylight
You want to be outside
But you’re living inside
And your inside is outside

Another day will come
And you’ll live, you’ll be outside
Carrying your inside

Will you keep things in,
Outside in the daylight?
Will you live another day
And live it all behind?

I’m sure you’re gonna wake up
And feel that sadness inside
I’m sure you’ll find joy
And carry all that pain inside
Then there will be no pain
No sorrow inside
Just life, and life outside.

domingo, 12 de abril de 2015

Os Girassóis*

Vejo o mundo
Em tons de azul e amarelo
Vejo na tristeza
A província do belo

Solitário, como num quadro
Em que alguns veem beleza

Negam meu amor
Partilham do meu carinho
Dos meus lugares, meus caminhos

Por onde vão ficar, fatalmente
Vultos, iluminados
Pelo amarelo de um final de tarde
Ou pelo azul de um mergulho no mar

Não vejo o mundo
Vejo um quadro solitário
Pendurado na parede da sala

Vejo a minha vida
Pendurada no tempo
Nas paredes de casa

E a tristeza de não ser
O amor que ilumina alguém

Sou amarelo e azul
Luz fraca, flores e melancolia

Sou um quadro, resquícios de Van Gogh
Sou as cores que talvez nunca serão 
De nenhuma vida, nada e ninguém.

domingo, 12 de outubro de 2014

Just Have Me*

(Lyrics)

If you want me
Just have me
Just wandering
No place to go
No big achievement
Just a light to burn
So just burn with me
No strings, no concern
Life is short
So just have me
We must burn
So just drink with me
Enjoy the ride
Let’s ride, babe
Let us just ride
Enjoy the swing
Just swing with me, babe
Your taste is sweet
My bitter’s sweet
There’s no sin, babe
No, not such a thing
It’s just fun
You’re serious fun
You’re the moon
And I’m the sun
Storm from the beach
Your serious bitch
So just ride, ride
Go crazy, sway
We’ll die, together
And make this moment
Last forever

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Breve Amor*

(Lyrics)

Breve amor
Deixo que você me leve
O quanto for

Breve amor
Mas não menor
Maior é o tempo

Breve amor
O sentimento
Eu levo, o quanto for

Breve amor
Me leve apenas
Para onde for

A vida é breve
É breve o amor
Vamos viver

Até breve
Até morrer
Seja como for.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Penumbra*

Todas as luzes do mundo se apagam
E eu, sem hesitar
Dou os primeiros passos
Por este caminho que, timidamente
Se apresenta à minha frente.

Todas as luzes do mundo se apagam
E eu não me importo em apenas caminhar
Desconhecendo se outras rotas surgirão
Ou a necessidade de voltar.

Todas as luzes do mundo se apagam
Algumas faces e sorrisos
Emergem como lembranças na escuridão
- Deslizo as mãos pelas curvas
De um corpo ofegante deitado ao meu lado.

Agora a luz do dia emana forte
E sinto meus pés na areia
Brincando com a água do mar
- Olho para o céu, procurando o sol
Um sorriso levemente triste me ilumina.

domingo, 7 de setembro de 2014

Polca*

Não sei dançar
Mas sei ver
E posso lembrar
Sem nunca esquecer
Ou perdoar
Os seus passos
Dança estúpida
Não vou aprender.

À melancolia
Um abraço
Com a força
Do meu cansaço.

Se o ódio
Me faz viver
A certeza do fim
Me faz descansar.

Se a vida
Dança estúpida
Te faz enlouquecer
Enlouqueça
É imperativo, desapareça.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Uma História*

Na varanda, varal
No céu, o sol
Na rua, pessoas
No amor, confiança
Uma gata ainda criança...

No fim de semana, trabalho
Na família, segurança
Nos móveis, poeira
Na praia, lembrança
Um adulto ainda criança...

Nas palavras, carinho
No chão, a certeza
No corpo, fadiga
Nas pedras, o caminho
Uma história, perseverança.