quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Bem-Te-Vi*

Sesta de domingo: do meu quarto, ouço o bem-te-vi a conversar; do meu lado, sinto o perfume de mulher dormindo.

Uma ilha de tranquilidade paira sobre a tarde. Tons de amarelo e laranja, claridade e luz, penumbra e sol, se misturam - tumultuam, como o som dos passarinhos lá fora. Tornam-se vontade, devaneio: eis uma crônica - impulso, desatino e a lembrança dos primeiros cânticos, quando não havia lira, apenas árvores, apenas música. O homem aprendeu a cantar olhando para o céu, imitando o bem-te-vi.

“Bem-te-vi! Bem-te-vi!” Assim me comovi: o bem-te-vi me fez sentir.


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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Voo*

Tem passarinho que só canta
Quando chora
Ele voa, ele voa
Quando chora
O céu é mais comprido
Ele voa, ele volta
Quando pousa
Ele sonha.

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