quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O Pássaro*

Encaro este pássaro morto
atropelado sob os meus pés.

Não sei se imagino,
alucinado pela dor e pelo frio,
o resquício de uma luz acesa
no interior de seus olhos pretos.

O céu almejado é sempre uma ironia
pois em um momento se está a voar no azul
para de repente beijar o chão.

A vida tem um enorme prazer
nessa aparente tragédia
- apenas aparente.

O céu é uma inversão
por onde se caminha todas as manhãs
distraidamente
até que se descubra um dia:
nossas asas não nos levam a lugar algum.

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