domingo, 19 de junho de 2011

Fogueira 2.0*

O problema são esses Valores...
desde que existem, nunca foram úteis.
Digo isso porque vejo hoje
como o resultado de todos os tempos.
Mas e a Tecnologia, o Conhecimento?
Nada disso tem Valor se não possui equilíbrio.
O fato é que não vivemos em uma sociedade, 
em um mundo, autossustentáveis.
As gerações passadas não foram capazes de encaminhar 
um real desenvolvimento - e tampouco será a nossa.
“A Vontade de Poder”, nos termos de Nietzsche,
sempre orientou as decisões humanas.
Por isso, todas as noções que compõem o nosso modo
de ser e pensar são equivocadas:
a mesquinharia de uma Alma além da Natureza Objetiva; 
a Posse sobre Pessoas e Coisas.
(Todo o Egoísmo será castigado.)
Mas hoje, como sempre, promete um novo amanhã 
– o Mito do Eterno Retorno –
onde tudo que é sólido estará, enfim, dissolvido no ar.
Por que então não reinventar?
Todos os Valores do Passado
são responsáveis 
pela miséria do Presente!
Inventaram o Espírito, o Dinheiro, a Família e o Amor.
Gerações futuras, dissolvam tudo! 
Transformem o mundo em que vivemos!
Conectem seus cérebros ao chão em que todos pisam, 
digitalizem a realidade,
destruam tudo o que é sólido e individual!
Até que o último Conservador seja enforcado
nas tripas do último Hipócrita!
Política para quem? Decidam vocês mesmos!
Quem quer ser o filho de um pai Ocidental , Cristão e Racional?!
(Moral só se for Macunaímica.)
É preciso atear fogo ao circo, com o mágico dentro.
Só os palhaços, anões e mulheres barbadas
devem dançar, sorrir e cantar, do lado de fora.


5 comentários:

  1. Caracas. Anárquico é o melhor termo para definir, em minha opinião, o que acabei de ler. Como se fosse um manifesto para tudo o que não conseguimos fazer, um grito (?) de súplica por uma reconstrução profunda e, talvez, apaioxonada da realidade. Já leu algo do Hakim Bey? Instiga o pensamento, no mínimo.
    Nem parece um poema direito, mas pode ser, e aí que vejo a sensação da paixão.
    Grande abraço.

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  2. No Be Quiet!

    Rodrigo Lima

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  3. Confesso... Sinto-me na curiosidade diária de dar uma navegada no blog do tal Bité...

    Confesso Também que ao ler esse título achei que seria uma daquelas composições horríveis, de quem não entende nada sobre sobre o meio ambiente, e putzs! Você me vem com citações do Nietzsche (Difícil e arriscado. Muitos tropeçam ao cita-lo). Geralmente gosto da forma como tu escreves. Ainda não sei sobre o Texto, assim que tiver segurança do que penso volto a comentar... I SWEAR!
    Pra completar o comentário dois pensamentos do Grande Nietzsche - acho que se encaixa bem ao texto.
    1 - "O idealista é incorrigível: se é expulso do seu céu, faz um ideal do seu inferno."

    2 - "Temos a arte para não morrer da verdade".

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  4. Huhauha, essa do idealista é genial! Faz tempo que não leio nada dele, mas do que já li algumas coisas permanecem (sobretudo através d'A Insustentável Leveza do Ser, nesse caso). Valeu mesmo!

    Fred, é isso mesmo. É bastante anárquico, no plano dos valores, das ideologias. Melhor que isso, é basicamente antropofágico, Macunaímico. A dessentralização e fragmentação das coisas é um ingrediente (traço) importante nesse texto. E a paixão dos versos deve estar atrelada à lírica, geralmente associada aos versos. Se pans.

    Huhauha, e Bobi, realmente, tinha umas letras minhas (Pobre País) com essa "pegada" que às vezes me surge.


    Abraço!!!

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  5. http://www.youtube.com/watch?v=hglVqACd1C8
    http://www.revista.agulha.nom.br/facam13.html
    http://www.youtube.com/watch?v=OJVuow6vvto
    http://www.releituras.com.br/marioandrade_mestre.asp

    E tudo isso, ou nada disso, pra dizer: não há Álvaro de Campos sem Pessoa, não há Macunaíma sem Mário de Andrade, não há Fogueira 2.0* sem Bité*.
    Pra não chegar ao ponto de comparar a obra do Friedrich com a vida que levou...
    ;-)

    Abraço!
    Leandro

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