terça-feira, 24 de junho de 2014

Violence*

It could have been different
I could have found you
So those fireworks would mean something to me
But nothing can be different from what it really is
So violence took me by surprise and pushed me on the floor
There was blood in my mouth, and the devil in those faces

I know that I’ve done everything wrong
I’ve said and I’ve felt everything wrong
I’ve felt what I couldn’t feel, what I couldn’t have
You have been doing right
You should keep away from my sorrow
That’s all I could ever give
You should be happy, so you should stay away
Coz there’s no place for happiness in my melancholy

I am all hurt
And what hurts the most
Is to think that I won’t have you
I won’t love you, you won’t love me
I won’t love you, you won’t love me
I won’t love you, you won’t love me

You go to distance and I stay here
Feeding the idea I make out of this
I’ve made up this idea, based on words you said
Based on promises of being near that serious look in your eyes

Crying makes me feel good, makes me feel alive
A victim of this feeling I insist to fantasize

You didn’t ask for any of this
And I’m so sorry for that
There’s so much you have to take care of
So please take care
I’ll be sad before I’m dead
You need joy, and you must have it
Not from me, I guess

They took a simple thing, which was part of my life
But they couldn’t make me stop thinking of you all the time
And you were there when I was there
Now I’m here and you somewhere
So far and deep inside of me

I shouldn’t be proud of crying until I fall asleep
But well, I am
And soon I’ll forget the stairs I rolled down
Trying to reach to you

I’m sure one day these words will lose their meaning
When you hate me and wish me to roll down those stairs
Then I’ll be gone, then I’ll be past
And that’s the beautiful violence of time

domingo, 22 de junho de 2014

Monstros*

A noite cria monstros
Que te perseguem durante o dia
Sorrindo horrivelmente
Alimentam-se dos seus temores
Das suas lágrimas, suas escolhas
Gritam seu nome
Apontam seus erros
Dizem que agora e no final
Não haverá paz
Dizem que não são monstros
E o seu pesadelo é real
Não há como escapar
Dos monstros feitos
À sua imagem e semelhança
Desespere, chore e se arrependa
De toda a dor que irá causar
Durma, acorde e se envaideça
Estes monstros nunca irão te abandonar

sábado, 21 de junho de 2014

Message*

(Lyrics)

Can you see my message?
I write so I can be with you
And live all the moments together
We never had

Can’t you see my message?
Please read these words I send to you
Let them caress your lips
Let them taste like tears

This loneliness and freedom
Is all I have, just can’t lose them
All I want is to be alone
To be alone with you

Be around, all over this place
I don’t see you in those faces
I need to close my eyes
And feel your body next to mine

Can’t you hold me now?
Please take these words
So I can be with  you
This is my message to you

domingo, 15 de junho de 2014

Walking Alone*

(Lyrics)

I was walking alone
In the streets that night
With lots of people in my mind
But only one I’d like to make mine
Just for sometime
It seems I’ll spend the rest of my life
Trying to understand what it feels like
To be in love, as if it’s the first time             

I've been living alone but I’ve got a mom
And she says “you must take care”
I know one day I’ll die alone
With the memories that filled my life

Love, I’ve been there so many times
To know that love will bring me
So much pain and plenty of hard times
All my experience says it won’t last
Though I can keep away from falling
Falling for the idea of being in love with you

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Body And Mind*

All the crazy things we do in life
All the reality we fantasize
The moments we allow life
To take its chances
The moments we risk
Some spontaneous happiness
Some unbelievable beauty
All the doubts the body
Easily and honestly solve
All the things we deeply want
Not believing when they come true
All delightful feelings of not knowing
Just being brave enough to take
Whatever the consequences they might be
Whatever it takes to be whole
All body and mind
Whatever it takes, for you and for me
To be whole, as long as it takes

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Vou Ficar*

Vou ficar
E percorrer todos os cantos
E cômodos por onde habito
Memórias de vidas passadas
E pessoas ainda por vir.

Quem sabe um dia
Não acordo morto;
Quem sabe não dão
Por falta de mim.

Mas vou ficando,
Visitando memórias
Ainda por vir.

Todos os espaços,
Pequenos espaços de vida
Que preenchem um apartamento:
Sala, quarto e cozinha;
Banheiro, e a gata que me faz companhia.

Vejo as roupas penduradas
E conversas tão cálidas
Preenchendo a vida,
Os espaços e a vida
Que ocupam um apartamento.

domingo, 20 de abril de 2014

Let Us*

(Lyrics)

You know
Let’s get our feet together
For a while
I’ll look into your eyes
Love to see them rolling
We don’t have to know
Where this whole thing is going
So let us focus here
Spend the night
Drink all that wine
Like there’s no tomorrow
Let us both see
The way our lives change
The way our bodies do not behave
There’s a lot of learning here
Just need to know
When it comes for you
Then it will come for me
So we’ll be ready
When it finally comes for us
But in the meantime
Let us make our time

domingo, 13 de abril de 2014

Todo*

Todo carinho ousado
Todo carinho entregue,
Não usado
Todo carinho disperso,
Desperdiçado
Todo carinho real,
Compartilhado
Todo carinho no olhar
Todas as carícias
Todas as palavras
Todas as noites sozinho,
Acompanhado
Todo medo, toda paixão
Todo carinho e distância,
Saudade
Todo mal entendido
Toda vontade e acaso,
Encontro
Todo receio, preocupação
Todo carinho e tristeza
Toda ausência
Todo carinho sentido
Profundamente.

domingo, 9 de março de 2014

Cuca*

Chutando cuca
no caminho do trabalho
pensando no quanto é bom
falar a mesma língua
e sentir fluir o mesmo
acento e entonação
de antigamente
quando ia chutando cuca
no caminho da praia.

Chapéu de sol
faz sombra
faz lembrar
das cucas que vou chutando
nos caminhos que mudam
e sempre deixam a cuca para trás.

quarta-feira, 5 de março de 2014

O Presente*

Diante da necessidade de viver o presente
meus pensamentos anulam a natureza,
às vezes exuberante, e a realidade,
simples como a sala do meu apartamento.

Tento apenas ver, mas ao invés
sinto o prazer e a tristeza de me apaixonar
com a mesma frequência que se acabam as paixões.

Falho, portanto, em capturar o momento
ter consciência do que realmente existe
- o agora quase sempre me escapa.

Não há razão
na impossibilidade de encontrar satisfação,
somente o gene da incompletude a realizar seu trabalho
e o sujeito na tentativa de poder observar em sua condição.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A Hora Mágica*

O cotidiano se abre
e o vento vai uivando...
fazendo vibrar as cortinas
deixando a luz da tarde entrar,
um perfeito tom de amarelo
a refletir-se nas paredes.

Os olhos querem fechar
respirando fundo...
até parar a máquina do mundo
e tudo fazer sentido.

Há um chão por varrer
e o corpo anuncia
que o dia da dor está por vir.

Permeando os pensamentos,
a música vai embalando a tarde.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Pequenos Eventos*

Estes pequenos eventos
que compõem o cotidiano...
aventuras reais que merecem
os favores da memória;
pouquíssimo heroicos
e muitíssimo ordinários
- do tipo de ter que pagar contas,
trabalhar, percorrer ruas, estudar,
tentando viver, enfrentando bandidos.

Dos finais, ainda que feliz
preenche-se o espaço de vida
entre os pontos finais.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Mulheres*

(Repost 29.11.07)

"Há quanto tempo!" E mais uma vez, cruzando um dos inúmeros corredores dos inúmeros prédios habitualmente frequentados, lá estava ele, um velho amigo: presente aparentemente fortuito, gratificação dada pelo Acaso ao encontro de incontáveis pequenos e distantes fazeres que levaram a essa feliz co-incidência entre dois mundos diversos interligados entre si.

Papo vem, papo vai, enquanto procurávamos saber notícias um do outro, até que, obviamente, surge o assunto primordial e inevitável, o qual concluiu aforismando meu amigo: "Mulher só traz sofrimento". Raro ou tolo é o homem capaz de refutar um argumento tão poderoso e que dispensa maiores demonstrações: cada um de nós, que concordou convictamente com seu varonato, em algum ou vários momentos - há aqueles que padecem a vida inteira -, já sofreram de amores por uma moça.

Em verdade, essa qualidade inerente, de causa de sofrimentos, atribuída às mulheres pouco mudou desde Pandora e Eva: fonte dos males, das doenças e pecados, cobras, sereias, insensíveis, cruéis e mais uma longuíssima lista que demonstra todo o temor do homem diante desse ser magnífico, capaz de despertar em nós o que há de mais intenso, seja isso bom ou ruim.

No entanto, nem é preciso uma atenção muito grande para cuidar que essas mesmas qualidades podem ser perfeitamente atribuídas a qualquer um, homem ou mulher, independente do gênero: que se oponha a isto quem não tiver no seu convívio um homem histérico, sentimental, vaidoso; e do outro lado, uma mulher grosseira, forte, que ame futebol e encare o sexo como uma necessidade biológica. Ou esse é um sinal do fim dos tempos, ou não é mais possível que, por preguiça, vaidade, machismo, ou qualquer outro atrofiamento das idéias, acreditar piamente que existam qualidades morais ou naturais que distinguem seguramente os homens das mulheres, sendo que a principal característica destas seria a responsabilidade pelo sofrimento e desamor daqueles.

E nesse ponto, pensar a responsabilidade de cada um sobre seus próprios sentimentos e sofrimentos ajuda a levar a questão para ainda mais além do gênero. Pois é à nossa admiração e encanto por essas mulheres que agregamos um dos sentimentos mais terríveis, contido e banalizado em todos, que é o sentimento de posse. Precisamos, prejudicialmente, possuir aquele encanto supremo, que muitas vezes dá sentido à própria vida, na esperança de preservar eternamente a enorme felicidade do encontro com esse ser que nos parece esplêndido. Assim agimos com tudo o que nos comove íntima e sublimemente; assim desejamos aprisionar a liberdade do voo dos pássaros em gaiolas; assim desejamos conservar a beleza das flores em vasos, mesmo sabendo que logo morrerão: um erro. Portanto, é à nossa vaidade e egoísmo que, juntamente com todas as nossas outras disposições ao próprio sofrimento, devemos responsabilizar, e não às mulheres, ou aos homens, afinal, somos todos igualmente humanos e as qualidades e valores não são fixos e inerentes podendo ser aplicados a ambos os sexos.

Esse, contudo, não é o aprendizado mais difícil que se apresenta ao delicioso desvendar do feminino, pois não admitir que nele haja algo de mágico, uma característica única e fascinante da mulher, seria mais uma prova de equívoco e ingenuidade. Mas, infelizmente, para o conhecimento desse mistério, nem mesmo a mais elevada poesia foi capaz de encontrar uma definição que desse conta de tamanha exuberância. Aos sábios, que souberam reconhecer nessa indefinição de atração irresistível a própria manifestação da vida, em toda sua natural razão, volúpia, beleza e intensidade, é concedido um instante de contemplação e deleite do que pode haver de mais significativo em toda a existência.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Serenata*

(Repost 26.12.07)

Serenata. Palavra bonita. Sonora, sutil e musical; boa de se pronunciar: serenata. E além de designar a cantoria dos apaixonados, descobri recentemente que este também é o nome de um remédio, mais precisamente, de um antidepressivo. Achei curioso, impossível não me perguntar o que faz um nome tão bonito em um remédio, ainda mais em um antidepressivo. Que coisa. O que teria levado um químico, ou a empresa dona do fármaco, a dar-lhe justamente esse nome? Serenata. Terá sido um nome escolhido ao acaso? Duvido. Não só o acaso é algo muito discutível, como a sabedoria comercial de uma indústria de magnitudes globais, como a farmacêutica, nunca permitiria que seu produto deixasse de receber um nome convenientemente lucrativo.

Minha hipótese, ingênua e fantasiosa, é a que este químico, ou por já ter sofrido de amores, ou por ser possuidor de um terrível sarcasmo, deu este nome ao antidepressivo em alusão àquelas cantorias ao pé de janelas, querendo com isso insinuar que a depressão nada mais é do que o resultado de uma profunda e mortífera frustração emocional, que por sua vez, não passa de um amor mal resolvido.

Químico espertinho, e maldoso, caçoando dos trovadores malsucedidos, sugerindo que seu remédio seja a música capaz de curar os loucos do coração. Nem mesmo Machado, por incrível que pareça, foi tão irônico, e chamou seu ambicionado antidepressivo, cura para o melancólico vazio universal, simplesmente, de Emplasto Brás-Cubas.

É uma hipótese. Mas, de uma coisa podemos ter certeza: a medicina avança não só na cura dos males da alma e do coração, mas também na escolha do nome que dá aos seus produtos, pois confesso que entre um antidepressivo chamado Emplasto Brás-Cubas e outro chamado Serenata, eu certamente escolheria o segundo: Serenata!

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Um Canto*

(Lyric)

Cada pássaro com seu canto
Há tantos modos
De se encantar
Sutis, sonoros
Agitados cantos
Não há por que julgar
O mais forte ou mais belo
Se é baixo ou é soprano
Bom ouvido sabe apreciar
O que no fim é o mesmo canto
Um mesmo canto
Assoviando, mesmo fraco
Sem voar, segue cantando
Em muitos cantos
Busca encanto
Passam outros pássaros 
Saboreando a brisa, por enquanto.

domingo, 8 de dezembro de 2013

As Moscas*

(Repost 22.07.08)

A mosca surgiu imediatamente quando me viu
- Era enorme -
Não importava para ela que eu ainda estivesse vivo
- Nem eu mesmo sabia se estava morto -
Mas como doía a vida, sabia que vivia, desejando a paz da morte

Como não se importava, a mosca mergulhou em minha morte
- Amarela e líquida no chão -
Indiferente a minha pouca vida
Sabendo que era só uma questão de tempo

Acima de mim, um radiante teto azul
Indiferente a todo carinho e sofrimento
- Eu era a mosca, e não podia dizer adeus -

A dor não julga; eu já não pensava
Meu único verbo era um grito desesperado
Minhas ideias, um delírio de dor e ódio
- Por estar vivo -
E um clamor desesperado para que cessasse
- A vida ou a dor -

Se um dia o mundo se acabar na convulsão de uma cólica agonizante
Não chore
Não grite
Não desespere
Não clame

- Era enorme, e indiferente -

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Nordeste*

(Repost 12.04.08)

Há no horizonte um continente de nuvens.
Almoçamos tainha, peixe em posta,
macaxeira que derrete na boca,
conhecemos os donos e filhos do bar,
somos amigos cordiais,
percorremos pequenas estradas do interior:
o Nordeste é um sentimento
de palavras, costumes, paisagens.

Há no fundo uma gravidade ontológica
a permear o suspiro profundo,
o sincero sorriso de canto,
a tranquilidade de estar.

Há no fundo uma tristeza que não é triste
- que por falta de nome é vontade de amar -
Conhecer muitos lugares, percorrer distâncias
Em busca de nada, uma liberdade congênita
Ter descanso de rede, balançar à meia luz - casa limpa.

Mas ter também regaço de colo, de carinhos
convulsivos, loucos, de união absoluta e impossível.
Aquietar em bom sentir
Sabendo o interessante, desistir dos porquês:
será o dessentir o estado ideal de existir?

Os prazeres não explicam,
o vazio, a natureza,
pois a consciência há de continuar incomodando
mesmo que a vida seja um óbvio
e insignificante caminho para a morte.
Quem sabe quando a paciência for
um verdadeiro gesto natural
certeza de realidade e prática.

Quem sabe assim
Fechar os olhos
A vida passando
A vida passando...