quinta-feira, 9 de maio de 2013

Veneza*

(Repost 31.08.07)

Nunca fui à Veneza. Mas acabo de receber, de uma querida e dedicada amiga, alguns retratos desse lugar que é, sem dúvida, de uma beleza ímpar. Respondi contando a minha breve impressão: "Os canais de Veneza me lembram labirintos que, com suas casas pequenas e rústicas, dão um certo tom melancólico ao lugar: lindo!" Ao que acrescentei, um pouco tímido: "Já pensou ser um gondoleiro quando crescer?"

Sei o porquê dessa timidez: obedeci ao meu singelo impulso de dizer o quanto sou capaz de fantasiar, mesmo fazendo questão de cultivar a realidade nem sempre tão bela que se apresenta. E me aproveito deste momento para desfrutar um pouco mais dessa ternura que insisto em sentir: eu, um perfeito gondoleiro, empunhando meu remo de estimação, vestindo um fino bigode, chapéu, uma blusa listrada de vermelho, cinto de corda, calça e sapato, ou seja, um autêntico gondoleiro veneziano, a guiar pelos charmosos canais os inúmeros casais, verdadeiramente apaixonados, rumo ao paraíso de amor que sonham...

Essa imagem tem para mim alguma simbologia muito íntima, como se nessa minha vida, tivesse eu a vocação de ser aquele discreto terceiro a navegar junto aos que gozam da felicidade.

Ah, Veneza, Veneza! Que humilde e sincera emoção sinto em imaginar-te!

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