quinta-feira, 2 de abril de 2009

St. Anger*



O ódio é o contrário do amor? Não, não lhe tenho amor
É forte demais e o que tenho não é
O contrártio da admiração é o desprezo
Não é bom, mas é preciso senti-lo - é santo
É preciso expurgá-lo, sem prazer
Derramá-lo em lágrima e revolta
Em silêncio, como em prece
Até que se torne você
Até que pertença só a você
Até que sua raiva se torne perdão
Livre de quem trouxe à você
O ódio é o contrário de você
É preciso sentir sem medo
O sono não veio e a noite já passou

2 comentários:

  1. Bité,

    Este texto me lembrou algumas coisas que eu já li do Osho. Este dizia que devemos sentir, em sua expressão máxima, os sentimentos (considerados pela maioria) negativos, para que, finalmente, consigamos nos libertar deles. Por isso que uma de suas técnicas era a "Meditação Dinâmica", onde a pessoa atingia um grau tão elevado de movimentação e catarse que, naturalmente, se inclinava para a introspecção, traquilidade e serenidade. Também me vem à mente alguns conceitos taoístas que dizem que quando o yin atinge o seu ponto máximo, automaticamente (ou se preferir, naturalmente) regride em favor do yang. Sou capaz de enxergar uma lógica neste processo, ao menos racionalmente. O problema é que estamos falando de emoções e sentimentos. Na maior parte das vezes, não é muito fácil controlar e direcionar adequadamente nossas reações passionais. É um trabalho de toda uma vida. Talvez devêssemos exercitar o olhar de tais sentimentos sob a perspectiva da eternidade ou da impermanência (aí fica ao gosto de cada um), dessa forma conseguríamos lidar com eles de maneira mais adequada.

    Abração.

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  2. Interessante, não conhecia esse processo, mas sempre achei que os extremos se tocam, um pressupondo o outro; yin yang, ódio e amor... portanto vejo também muita semelhança nesse "trabalho de direcionamento" de nossas emoções. É justo, desde que se ache um equilíbrio e não sirva simplesmente para levar as coisas às últimas consequências - geralmente, catastróficas.

    Valeu!

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