terça-feira, 17 de março de 2009

Communication Breakdown*




Certa vez, alguém, citando um outro alguém, me disse que os mal-entendidos geram mais guerras do que as discordâncias – ou algo assim -: somente um raio-x das minhas entranhas se contorcendo seria capaz de ilustrar essa  minha dolorosa concordância.

E isso também me faz lembrar o quanto somos reféns da linguagem; sabemos que há algo errado, que deveria ser conversado, mas não sabemos o que é e se realmente é, ou como deveria ser falado, comunicado ao outro, e, quando (não) damos conta, já deixamos que o mal-entendido tenha se estabelecido de vez, por preguiça, melindre ou pelo mero prazer da intriga, covardia etc.  – o que me faz lembrar o quanto tendemos à ignorância. Raramente temos capacidade e paciência para saber e entender. Do contrário, não seria norma a triste conclusão “Afirmar é preciso, saber não é. Assim age um tolo.”

Mas, beleza, no final a gente se arrepende – quando muito –, e tá tudo certo, enterrado com o resto das coisas que o tempo cuidou de destruir.

 “It`s always the same!...”

5 comentários:

  1. Bom,ultimamente muita coisa tem me feito lembrar da frase :" O conhecimento é limitado.A estupidez que é ilimitada".E aconteceu o mesmo com o seu texto, já que estúpidos mal entendidos geram guerras e destroem relacionamentos.

    E achei bem interessante quando você escreveu "coisas que o tempo cuidou de destruir" .O que eu costumo ler/ouvir por aí são coisas do tipo: "só o tempo cura" ou "espere e com o tempo tudo se resolverá".Eu mesma já usei essas frases para confortar alguém =)
    Talvez essa seja a forma do tempo de resolver as coisas:enterrando aquilo que não é resolvido.O que me parece estupidez.

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  2. é sempre a mesma coisa.
    ciclicamente
    "It's always the same..."

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  3. Mas o tempo...assim como pode cultuar a ignorância...pode transformar um mal-entendido em outra coisa...um achado...uma feliz, mesmo que tardia.....CORRETA CONCLUSÃO!!!!

    BJÃOOOOOOO

    BUT MAYBE...IT'S NOT ALWAYS THE SAME...!

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  4. Obrigado pela visita, Sabine!

    Bom, seguindo a sugestão do Adriano, lá vai o comentário do comentário: mas aí então não seria um bem-entendido? Rsrsrs, ou um desentendido, nem bom nem ruim, sem maiores consequências, que no final do certo? Enfim, é claro que não precisa necessariamente gerar um conflito; teoricamente, as possibilidades são de 50% para cada lado. Teoricamente. Vai ver a minha experiência que é meio direcionada a ver o lado conflituoso da coisa - e realmente é. Costumo ver muitos conflitos, velados, sutis, banalizados ou explícitos - e o ponto de vista cria o objeto, no caso, uma vida repleta de mal-entendidos (mas, de fato, não só deles).

    Not always, but often?... Perdoemos Robert Plant e Bité pelo fatalismo.
    Para amenizar, que tal Monty Python: "Always look on the bright side of life!"


    Abraçooo!

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  5. Não diria diferente...""Always look on the bright side of life!"
    Sempre sabendo que os 50% a 50% dependem da situação da alma.....assim como o "Not always, but often?"
    Porém, sem discórdias da realidade que sem conflitos....não se enxerga a beleza....só temos que ser medidores de nós mesmos (a função mais iluminada da vida: nos policiar)....para que os conflitos não resultem somente em escuridão e sim em "CORRETAS CONCLUSÕES TARDIAS"....onde o final feliz depende somente da vontade real das coisas!!!!

    Bjo cheio de saudade!
    Muita paz interna meu lindo!

    É SEMPRE MUITO BOM...

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