domingo, 7 de setembro de 2014

Polca*

Não sei dançar
Mas sei ver
E posso lembrar
Sem nunca esquecer
Ou perdoar
Os seus passos
Dança estúpida
Não vou aprender.

À melancolia
Um abraço
Com a força
Do meu cansaço.

Se o ódio
Me faz viver
A certeza do fim
Me faz descansar.

Se a vida
Dança estúpida
Te faz enlouquecer
Enlouqueça
É imperativo, desapareça.

2 comentários:

  1. Sapatilha de ponta,
    Movimentos precisos,
    Corpo dolorido.
    Harmonia nos gestos,
    Delicadeza das mãos,
    Firmeza no traçado.
    Oito tempos, sete vidas, seis meses, cinco dias, uma manhã, três minutos, dois cisnes, uma dor.
    Dança perfeita.
    Corpo cansado, machucado,
    Músculos em exaustão.
    Sofrimento prazeroso,
    Solidão Iluminada,
    imperfeita satisfação.
    Felicidade perfeita? Não.
    Perfeita infelicidade da dedicação.


    Obs: Não foi uma afronta ou invasão. Só resolvi escrever-lhe, grande escritor. Desculpe-me desde já o pequeno incômodo.

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  2. Anônimo, gostei do seu texto. São danças diferentes: da dedicação, da solidão, da estupidez... Dança quem quiser, como quiser.

    Só não sou escritor, tampouco um dos grandes.

    Agradeço o diálogo.

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