terça-feira, 21 de abril de 2009

O Barco*

Vi de longe a pintura de um homem
Que arrasta sozinho um barco na praia,
Puxando uma corda apoiada no ombro,
Deixando para trás uma trilha na areia.

Parava se livrando do suor,
Protegendo os olhos do sol com a mão,
Virava-se de costas
E avistava o caminho percorrido.

A paisagem era linda e estendia
Seus contornos indefinidamente
- O azul ao fundo,
E os dois lados perdidos à distância.

O barco não seguia pelo mar
- O que se via era  o esforço
Do homem puxando o barco
Nas cores de um belo quadro.


3 comentários:

  1. Bité,

    Trepliquei sua réplica ao meus comentários em "Sete Anos no Tibet". Dê uma olhada. DEpois eu comento este. Abração.

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  2. Bité,

    Muito bom este texto. Apesar do cenário ser uma praia nordestina, foi capaz de me transportar para Itanhaém, em um final de tarde na Prainha dos Pescadores. Talvez seja por conta da saudade que ando sentindo de lá. Já faz alguns meses que não coloco o pé na areia. Me chamou muito a atenção neste texto a idéia de esforço. Esforço do pescador ao puxar seu barco. O Yoga-Sutra de Patanjali tem o seguinte verso: "Prática significa empreender esforço". Isso me veio à mente devido as conversas que tivemos sobre o texto relativo ao "Sete Anos no Tibet". Falamos de nossas visões de mundo e de nossas práticas tentando vivenciá-las não apenas teoricamente. Chegamos a um consenso que a configuração atual deste mundo não é a mais adequada para o real exercício das nossas percepções. Para driblar este sentimento de deslocamento e viver plenamente, é necessário esforço, tanto ou talvez até maior do empreendido pelo pescador de seu texto.

    Obrigado por me propiciar tais reflexões.

    Grande abraço!

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  3. Bité,

    Você não vai escrever mais não? Estou esperando... Sou o comentador mais assíduo deste blog, portanto, não posso ficar desamparado desta forma.

    Abração.

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