Não era preciso saber o destino,
não era preciso que o tempo estivesse bom,
não era preciso falar.
Horas de estrada
de olhar perdido
na paisagem
passando
na janela
Ao encontro de não estar
por alguns dias
andar debaixo da chuva
parar debaixo da chuva
E ver em tons de cinza
céu, nuvens, praia
pássaros
silêncio
o mar respirando
uma brisa fria
sob a névoa da chuva fina.
Sombras caminhando na praia
dentro da névoa
debaixo da chuva fina
Sombras paradas em frente ao mar
pensando em silêncio
respirando a chuva fina
Longe de qualquer coisa
do outro cinza
Distantes
em frente ao mar
tons de cinza
névoa
e uma chuva fina.
.
A chuva na praia não tem guarda-chuvas; a chuva na praia guarda o silêncio.
ResponderExcluirAbração!
Amor,
ResponderExcluiro que eu mais gostei nesse texto foi por a chuva na praia não ter sido colocada como algo negativo, mas sim como algo bom/relaxante.Pelo menos foi o que senti ao ler, e claro que acabeilembrando muito de pipa, principalmente daquele mês de férias.
E quando li " na paisagem passando na janela" lembrei de outra coisa, do Drummond:
" Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar
Um homem vai devagar
Um cachorro vai devagar
Um burro vai devagar
Devagar... as janelas olham
Eita vida besta, meu deus"