Há tempos atrás
pendurei minha alma
no muro em frente de casa
como sapato usado
para que alguém precisando
passasse e levasse
pois era algo assim tão acessório
dessas vestis inventadas pelo homem
a fim de eternamente perpetuar
sua vaidade
a qual não me servia
dando mais prazer a caridade
de me desfazer
ao invés de deixar ali guardado
aquele objeto transparente inútil
com a vã esperança de um dia poder usar
em ocasião de gala
e suma importância para tantos
quando o melhor é caminhar descalço
pelo cotidiano.
Muito boa!
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