(Repost 12.04.08)
Há no horizonte um continente de
nuvens.
Almoçamos tainha, peixe em posta,
macaxeira que derrete na boca,
conhecemos os donos e filhos do
bar,
somos amigos cordiais,
percorremos pequenas estradas do
interior:
o Nordeste é um sentimento
de palavras, costumes, paisagens.
Há no fundo uma gravidade
ontológica
a permear o suspiro profundo,
o sincero sorriso de canto,
a tranquilidade de estar.
Há no fundo uma tristeza que não é
triste
- que por falta de nome é vontade
de amar -
Conhecer muitos lugares, percorrer
distâncias
Em busca de nada, uma liberdade
congênita
Ter descanso de rede, balançar à
meia luz - casa limpa.
Mas ter também regaço de colo, de
carinhos
convulsivos, loucos, de união
absoluta e impossível.
Aquietar em bom sentir
Sabendo o interessante, desistir
dos porquês:
será o dessentir o estado ideal de
existir?
Os prazeres não explicam,
o vazio, a natureza,
pois a consciência há de continuar
incomodando
mesmo que a vida seja um óbvio
e insignificante caminho para a
morte.
Quem sabe quando a paciência for
um verdadeiro gesto natural
certeza de realidade e prática.
Quem sabe assim
Fechar os olhos
A vida passando
A vida passando...
"Uma tristreza que não é triste." Adoro parodoxos e sentimentos que existem a partir deles.
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