que
pensei estar morta
renascer
com a época das chuvas;
lembro
de ver um grupo de borboletas
passar
por mim e dobrar a esquina.
O esquecimento é um serviço do Tempo
que
destrói todas as coisas.
Minha luta é tentar lembrar
lembrar
de hoje
das
pequenas coisas
dos
pequenos momentos
cenas,
pensamentos
para
quando um dia a morte vier
ter
o que apagar.
Olás. Voltei para mais um comentário.
ResponderExcluirEm algum momento de minha vida (que não me lembro quando foi!) percebi que eu esquecia as coisas bacanas e cotidianas que vivi. Mas essa percepção foi meio que intuitiva: queria me lembrar de passagens da vida por meio da lembrança das sensações e não dos fatos em si. Depois de achar que eu estava muito louco eu saquei que não me lembrava porque pouco exercitava o "estar presente, aqui e agora". Sabe essas pessoas que falam de seu passado com clareza? Pois é, eu também quero poder fazer isso, mas terei que seguir no exercício e esforço citado por você, que é um grande desafio. Tem algo de religioso nesse apelo para nós mesmo.
Curti, mesmo não tendo certeza de ter captado toda a mensagem.
Grande poema.
Parabéns.
Fred! Que bom tê-los por aqui novamente! Meus textos sempre foram muito devedores dos comentários feitos por vocês...
ResponderExcluirTambém acho que haja algo de religioso neste vão esforço de querer/precisar lembrar; no meu caso, é uma espécie de reconhecimento/aceitação da grandeza da ação do Tempo, este que em forma de entidade (Kronos, pai de Zeus? rss), ocupa para mim o topo na hierarquia de uma forma mais 'mitológica' de compreensão das coisas...
Um abraço, meu querido!