(Repost 17.08.07)
É com alguma graça que admito ser carente
e implicante. Tenho o direito humanitário de me contradizer ao precisar de
outra pessoa mesmo desejando não precisar. E faço isso sendo o mais implicante
possível: reclamo de tudo; vejo coisas erradas nas coisas mais simples; acho
feio o que acham bonito; rio com sarcasmo do sofrimento alheio; resmungo minhas
dores nos ouvidos ocupados; dou chiliques histéricos quando não concordo;
esperneio se não tenho; suspiro caras de tédio...
Em suma, sou inconveniente ao
extremo, assim como um pernilongo, carente por qualquer resquício de um sangue
cálido que não lhe pertence, azucrinando com sua terrível e incansável lamúria
o sono que é tranquilo.