quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Chegue*

(Repost 08.07.08)

Não vá, não vá
Chega de partir
Chega de chorar
Não há aonde chegar
O seu lugar é aqui

Chegue, não vá
Juntos temos lar
Uma vida simples e devagar

Me beija devagar
Sem ter que partir
Outro lugar pra ir
A gente quer viver em casa
A gente quer viver junto

(Lyric)

domingo, 23 de setembro de 2012

Faz Parar*

(Repost 29.03.06)

Faz parar, faz parar
A fome que sinto
Faz parar, faz parar
Esse meu enfado
Traz agora, pra cantar
Num banquete, toda gente
Pega o copo, torna o vinho
Até cair de bem contente!

Faz parar, faz parar
A fome que sinto
Faz parar, faz parar
Esse meu enfado
Leva embora, pra bem longe
A mágoa que alimenta
Que esse corpo, aqui quietinho
Quer dançar com toda gente!

(Lyric)

domingo, 16 de setembro de 2012

Por Favor*

(Repost 17.03.06)

Nessa vida, não vou pra frente nem pra trás
Vou pro lado, ao meu lado
Sem sair de mim, com você
Dentro do meu peito, que não bate

Não mais, não mais o amor
Por favor, deixa eu quieto
Aqui zangado, que não faço mal

Sinto sono, muito sono
E as vontades de um santo
Choro um pranto muito brando
Como quem espera o fim chegar

Tomei o impossível por eterno
Tomei um tombo sem remédio
E o mundo gira, indiferente
E gira o mundo, indiferente

Não mais, não mais o amor
Por favor, deixa eu quieto
Aqui zangado, que não faço mal

(Lyric)

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O Pássaro*

Encaro este pássaro morto
atropelado sob os meus pés.

Não sei se imagino,
alucinado pela dor e pelo frio,
o resquício de uma luz acesa
no interior de seus olhos pretos.

O céu almejado é sempre uma ironia
pois em um momento se está a voar no azul
para de repente beijar o chão.

A vida tem um enorme prazer
nessa aparente tragédia
- apenas aparente.

O céu é uma inversão
por onde se caminha todas as manhãs
distraidamente
até que se descubra um dia:
nossas asas não nos levam a lugar algum.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Ipê Amarelo*

(Repost 17.10.06)

Falar do ipê
É falar do amarelo
É rir do porquê
Tão singelo
Tão verde azul - amarelo
Falar do quê?
Falar de flor
Sem saber
Se é verde azul ou amarelo
É rir do porquê
É falar e falar
Desse buquê - verde azul-
De ipê amarelo

(Lyric)

domingo, 9 de setembro de 2012

Ego, Hic et Nunc*

(Repost 02.04.07)

Há quem viaje o mundo inteiro dentro do seu próprio quarto
Eu, não
Estou sempre em alguns poucos lugares.
Contam-me sobre eventos místicos, mágicos, fantásticos, milagrosos,
[coisas sobrenaturais, misteriosas...
Comigo, nada disso.
Se atravesso a rua, chego ao outro lado
Se caio, me machuco
Se acordo, trabalho.
Provo dos mesmos sentimentos possíveis
E sou tão importante quanto os grandes feitos
[das grandes civilizações – extintas.
Quando muito, o espetáculo é rizível
(Como os que almejam existir, fazer a diferença).
Pertenço à realidade bruta
Tenho apenas cinco sentidos
Para enfrentar o tédio,
A preguiça é minha única vantagem.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O Jardim *

(Repost 25.04.06)

Ei, borboleta enxerida
O que faz aqui em meu jardim?
Acaso não vê que ainda não está pronto?
Que cultivo a terra duramente castigada
Pra ver nascer com muito esforço
Qualquer sorte de vida existente numa flor?

Peço-te pra entender, querida borboleta
Não vá dizer a sua mãe
Que contrario a natureza
E maltrato um tão leve ser

Ei, pobre jardineiro
Por que cuida o seu jardim?
Acaso não sabe que a flor ainda é flor
Mesmo sem desabrochar?
Sigo as leis do invisível
Vou aonde devo estar

Peço-te pra entender, querido jardineiro
Não me queira pra sempre num casulo
Fui feita pra voar, causar até um furacão
Seguir o sol, a lua e bela ser

O jardim, o jardineiro
O jardim, a borboleta
A flor, o jardim
A borboleta e o jardineiro

(Lyric)