Sesta de domingo: do meu quarto, ouço o bem-te-vi a conversar; do meu lado, sinto o perfume de mulher dormindo.
Uma ilha de tranquilidade paira sobre a tarde. Tons de amarelo e laranja, claridade e luz, penumbra e sol, se misturam - tumultuam, como o som dos passarinhos lá fora. Tornam-se vontade, devaneio: eis uma crônica - impulso, desatino e a lembrança dos primeiros cânticos, quando não havia lira, apenas árvores, apenas música. O homem aprendeu a cantar olhando para o céu, imitando o bem-te-vi.
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